A Palavra e a Missão

Como sabemos, durante o mês de setembro a Igreja do Brasil tradicionalmente celebra o mês da Bíblia, buscando dar um enfoque maior à importância da Palavra de Deus em suas celebrações.  Nesse ano de 2017, em especial, o texto que a CNBB propõe aos fiéis estudar e meditar é a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, de onde vem o lema de todo o mês – “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (1Ts 2, 8).

Jesus, no Evangelho, apresenta a real ligação entre a Palavra e a Missão. Lendo a profecia de Isaías, diante de uma sinagoga repleta, ousou trazer para si – e, por consequência, para aqueles que o seguiriam – a missão de anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação aos cativos, dar a recuperação da vista aos cegos, libertar os oprimidos e proclamar um ano da graça do Senhor. Somente o poderia fazer de modo pleno quem fosse o Ungido do Senhor, de quem toda a Escritura dava testemunho (Cf. Lc 4, 16-30).

A missão de Jesus é, portanto, estritamente ligada ao cumprimento da vontade de seu Pai, que há muito já vinha sendo revelada aos patriarcas e profetas, em sua Palavra. Hoje, da mesma maneira, toda a Igreja é convidada a ser missionária, propagando a Boa Nova de Deus, a partir de uma profunda reflexão bíblica que, a todo instante, induz à libertação dos pobres e ao favorecimento do bem comum.

Entretanto, a “plenitude” da missão apresentada pelo Cristo a seus discípulos tem como ponto de partida algo bem mais profundo que a Palavra escutada. Ao “falar com autoridade” (Cf. Lc 4, 36), Jesus nos mostra que a palavra que realmente produz efeito é aquela que é vivida, praticada na comunidade em que estamos inseridos. Para o Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, “toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. [...] A Igreja não evangeliza, se não se deixa continuamente evangelizar” (§ 174).

Que sejamos cada vez mais discípulos de Jesus, abertos à sua Palavra e seus fiéis PRATICANTES, para que ela nunca volte para o Pai (Cf. Is 55, 10-11) sem produzir frutos e cumprir a missão desejada por Ele.


José Mário Santana Barbosa
Seminarista do 2º ano de filosofia.

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