Agosto: mês das Vocações


O mês de agosto, na caminhada de fé da Igreja, ganha uma tônica especial: é o mês dedicado às vocações. Nossas orações se intensificam por todos os vocacionados do Pai, para que cada cristão realize um bom discernimento e exerça, do melhor modo possível, sua vocação na Igreja e no mundo. E aqui, dizemos “cada cristão”, pois a vocação não é algo próprio do sacerdote ou dos religiosos em geral; não são vocacionados apenas os padres, diáconos, bispos e religiosos; mas o são todos os cristão batizados.

A palavra vocação tem suas raízes no verbo latino vocare, que quer dizer “chamar”. Ora, então vocação é um “chamado”. Sendo assim, vocação, na vida da Igreja, acena para um chamado que todo cristão recebe. Quem chama? Deus chama a cada um de nós – todos nós somos chamados pelo Pai. Chamados a quê? O primeiro chamado que recebemos do Pai é o chamado à vida. Certamente ninguém se lembra de ter pedido para nascer; ninguém se lembra de ter dado origem a si por conta própria: a vida, recebemo-la por Deus; Ele nos convocou à nossa existência.

Depois da vida, recebemos, pelo nosso Batismo, outra vocação: a de discípulos missionários de Jesus Cristo. Somos, pelo batismo, todos nós, convocados a anunciar o Reino de Deus, levando a Boa Nova de Cristo a todos os povos; ensinando e ajudando para que todos encontrem o caminho da verdadeira vida que é o próprio Filho de Deus. E justamente nesta perspectiva de sermos discípulos missionários do Cristo que vem a reflexão sobre a vocação específica de cada um durante sua vida. Ora, a missão de todo cristão, pelo Batismo, é a mesma; todos são discípulos missionários; porém, o modo como cada um exercerá essa missão, ou seja, a função que cada um ocupará na vida da Igreja, será diferente: uns cumprirão a missão de discípulos missionários no sacerdócio ministerial; outros, na vida em família; outros ainda como religiosos ou religiosas... todos estes são chamados diferentes, vocações diferentes, para exercermos uma mesma missão, vivenciarmos uma mesma vocação: continuarmos, em nosso mundo, a missão de Cristo Jesus de anunciar o Reino de Deus.

É se preocupando com esta compreensão que, em 1981, em sua 19ª Assembleia Geral, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) instituiu agosto como o Mês Vocacional. O episcopado brasileiro, desejoso de conscientizar as comunidades sobre a responsabilidade que todos compartilham no processo vocacional, propôs que cada domingo do mês de agosto seja dedicado à celebração de uma determinada vocação. No primeiro, celebra-se sacerdócio e os ministérios ordenados; no segundo, o matrimônio junto à semana da Família; no terceiro, a vida consagrada, e por fim, no quarto, a vocação dos Leigos.

Neste ano de 2019, nos preparando para a comemoração dos 100 da Carta Apostólica Maximum Illud, do Papa Bento XV, em outubro, o mês vocacional nos faz lembrar exatamente do tema do mês missionário extraordinário convocado pelo Papa Francisco: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. A missão é vocação de todo cristão batizado – ela está em nós! Todos nós somos chamados a sermos anunciadores do Reino de Deus pelo nosso Batismo. Celebrar as vocações na Igreja é rezar por todos os cristãos batizados que possuem a mesma missão: anunciar o Reino de Deus, ainda que em diferentes funções.

Compartilhando da mesma missão, é nosso dever buscar desempenhá-la na função que nos é própria, em nossa vocação específica. Desse modo, iremos ao encontro de outro chamado que Deus nos faz, sendo nossa vocação última: o chamado à felicidade. Assim, neste mês de agosto, é nosso dever rezar por todas as vocações, para que todos nós, vocacionados, saibamos discernir o chamado que o Pai faz em nossas vidas e assim, felizes, melhor o servirmos “para o nosso bem e o de toda a Santa Igreja”.


Carlos Geovane Nunes Magri



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