Conheça a Paróquia São Francisco das Ilhas em Belém do Pará para qual será destinada a coleta missionária dos seminaristas de Mariana
Como gesto concreto do mês missionário o nosso Seminário de
Mariana vai realizar uma coleta, que será enviada à Paróquia São Francisco das
Ilhas. Conheça a bela história e o
testemunho do pároco, Pe. José Reinaldo e dos seminaristas Rodrigo Marcos e
Gilmar Silva, nossos colegas, que lá estiveram.
Conheça
a história da Ilha de Cotijuba
Os primeiros habitantes da Ilha de Cotijuba
eram os índios Tupinambás, que lhe deu este nome. Em tupi, Cotijuba
significa "trilha dourada", uma alusão às muitas falésias que
expõem a argila amarelada presente no solo da ilha. A integração da ilha à cidade
de Belém se iniciou em 1784 com a comercialização do arroz cultivado. Com a
desativação do engenho, a ilha passou a ser habitada também por famílias
caboclas que sobreviviam do extrativismo.
Em 1933, quando a criminalidade infanto-juvenil em Belém atingiu índices alarmantes por conta da
estagnação econômica regional, após o declínio do Ciclo da Borracha, foi
inaugurado, na ilha, o Educandário Nogueira de Faria, construído para abrigar
menores infratores.
Durante a ditadura militar, as instalações do
educandário também abrigaram presos políticos. Em 1945, imigrantes japoneses
chegaram à ilha, ensinaram técnicas agrícolas aos educandos e, em 1951,
fundaram a Cooperativa Mista de Cotijuda Ltda, em parceria com os agricultores
locais. Em 1968, foi construída uma penitenciária na ilha e, por algum tempo,
educandário e presídio coexistiram. Porém, logo o educandário foi extinto e a
ilha se transformou em ilha-presídio, recolhendo condenados
e presos políticos, adultos e menores, com um sistema penal violento e
arbitrário.
Os menores e os presidiários construíram o sistema
viário que se mantém pouco modificado até os dias atuais. Em 1977, a Colônia
Penal de Cotijuba foi desativada.
O estigma de ilha-presídio povoou o imaginário da
sociedade paraense, mantendo-a a distância. Em 1988 a ilha de Cotijuba passou ao
domínio de Belém. Em 1990, a Ilha de Cotijuba foi transformada em Área de
Proteção Ambiental, o que preserva suas
ricas fauna e flora e proíbe a circulação de veículos motorizados, exceto os de
segurança e saúde.
Segundo os moradores de Cotijuba, em 2005, faleceu
o último “preso” da ilha e, com ele, foi enterrado todo o sofrimento que já
existiu por ali. Hoje, Cotijuba é um patrimônio a ser visitado, preservado e
valorizado pela humanidade.
Como se chega a ilha de
Cotijuba?
O
acesso à ilha
de Cotijuba se dá a partir de Belém. A viagem de barco dura cerca de
45 minutos com acompanhado de uma bela paisagem de boa parte da região
metropolitana de Belém e da Bahia de Guarajás.
Como
é o trabalho de evangelização na Ilha de Cotijuba?
A Paróquia São
Francisco das Ilhas, em Cotijuba, próximo a Belém, tem vários motivos para
comemorar.
No dia 16 de Janeiro de 2011, a comunidade São Francisco foi transformada em Paróquia
pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Alberto Taveira. A nova Paróquia possui
atualmente 12 comunidades, seis na própria Ilha e outras seis nas ilhas
adjacentes. Esta transformação foi um momento de realização para a comunidade,
que sentia falta de um maior acompanhamento espiritual e litúrgico.
O Pároco, Padre José Reinaldo Ferreira
(mineiro da cidade de Dom Silvério- território da Arquidiocese de Mariana-MG)
conta também com a presença e o serviço do vigário paroquial, Padre Fabrício, da
Comunidade Missionária Villaregia (de
Belo Horizonte) que está atuando junto à paróquia desde agosto deste ano.
Segundo o Padre José Reinaldo, a presença do vigário torna-se uma presença
fortificadora tanto na vida dos paroquianos quanto na sua vida de pároco. “A
paróquia tem todo um potencial para crescer em muitos trabalhos e movimentos
pastorais. Passamos por muitas dificuldades financeiras. Nosso dízimo, por
exemplo, está nascendo da conscientização para sua movimentação. Nosso povo
está descobrindo aos poucos a importância de rezar e por em prática a oração”,
conta o pároco.
De acordo com o Padre José Reinaldo,
além do empenho da Pastoral Litúrgica, que já caminhava bem antes da criação da
Paróquia, a grande força que move a paróquia é o trabalho missionário, que
facilita as ações de evangelização em toda a extensão paroquial, que
possui peculiaridades interessantes pelo trabalho junto às comunidades
ribeirinhas. “Caminhamos na firmeza e na certeza que o trabalho missionário vai
sendo desenvolvido com bastante dedicação, mas precisamos de ajuda para que
assim possamos seguir em frente. Precisamos de gente que nos ajude a motivar as
nossas comunidades; de pessoas engajadas na ação, isso ainda nos falta”, disse
o padre.
Estiveram na Ilha de Cotijuba os seminaristas
da Arquidiocese de Mariana, Rodrigo Marcos, que é irmão do Padre José Reinaldo,
e Gilmar Silva. Ambos cursam o 2º ano de teologia no Seminário São José em
Mariana. Ele partilham a experiência deles: Segundo Rodrigo, “a paróquia de São
Francisco é formada de pessoas muito simples, que sonham, buscam novidades e
acreditam numa comunidade bem estruturada na fé e na partilha. Esperança é o
que não falta nos olhos das crianças, dos jovens e de todos os que cruzam nosso
caminho; um povo afetuoso que doa o seu “nada” que se torna o “tudo” para a
comunidade, porque tem fé e sonha que no mínimo ofertado de coração torna-se
grande a partilha e a fraternidade entre eles; Cotijuba é um lugar de gente
sedenta do novo; gostam de receber pessoas diferentes; é um lugar de homens e
mulheres que lutam pela manhã na busca do pão para alimentar sua família à
tarde e à noite”, ressaltou.
A Ilha carece de mais vozes anunciando a
vida que vem de Cristo. Também nos conta o Gilmar a sua experiência no meio
daquele povo: “a experiência é única e edificante, pois mesmo não tendo uma
vocação específica, como à vida sacerdotal, não tem como não encantar com a
dedicação do pároco para com aquele povo ao qual lhe fora confiado. E almejando
o ministério ordenado, as interpelações são mais profundas vendo os desafios e
o tamanho das necessidades de uma vida doada e compartilhada. Somente por amor
e no amor é que somos capazes de suportar até mesmo a própria renúncia de
nossas vontades, para podermos nos alegrar com os outros. Agradeço a Deus pela
oportunidade de ter vivenciado esses dias junto com um povo que é Dele e que
muito me ensinou que o amor não nasce do tudo, mais sim do nada. É preciso sair
de nós mesmos para ir ao encontro do outro nos colocando em missão e podendo
comprovar sempre, que, quem sempre sai ganhando somos nós”.
Celebrando este mês de outubro o
Conselho Missionário de Seminaristas em nosso Seminário se propôs a organizar
uma coleta em nossas comunidades formativas, que será enviada a esta paróquia.
Assim, ajudaremos diretamente no trabalho missionário e a um povo com as nossas
mãos generosas, mas também com nossas orações. Entre nesta partilha!!!
Esse padre das imagens e um abusado de menos e uma tristeza
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