Ite ad Joseph



Na carta dirigida à comunidade dos Hebreus, o autor sagrado afirma que tendo Deus falado ao povo de diversos modos por meio dos profetas, recentemente falou-nos por meio de seu Filho Jesus Cristo (cf. Hb 1, 1-2). Para que essa comunicação acontecesse, Deus quis contar com a ajuda humana mesmo sendo ela dispensável. Desse modo, suscitou homens e mulheres que contribuíram na missão redentora do Verbo. Dentre essas pessoas destacamos o glorioso São José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus.

Da linhagem de Davi, como nos apresenta São Mateus na narrativa da genealogia de Jesus (cf. Mt 1, 1-17), José é responsável por conferir ao Cristo a descendência davídica. O Salmo 89, 5 relata que o Senhor edificaria sobre Davi uma descendência que reinaria sobre o seu trono. Assim, o Cristo, sendo da tribo de Judá sucede-o no trono e de geração em geração governa-nos como o grande Senhor da história.

Toda a vida de José é um grande louvor a Deus e ultrapassa a sua relação de atribuição genealógica a Jesus. De vida simples e humilde, o carpinteiro de Nazaré buscou exprimir através de sua ação cotidiana toda sua devoção ao seu Deus e Senhor. Segundo o Papa Francisco em sua carta apostólica, Patris Corde, José soube em todas as circunstâncias de sua vida, “pronunciar o seu ‘fiat’, assim como Maria na Anunciação e Jesus no Getsêmani” (3).

Recentemente, em decorrência do 150º Aniversário da declaração de São José como padroeiro universal da Igreja, o papa convocou toda a comunidade católica a vivenciar o ano dedicado ao pai adotivo do Verbo. A vivência desse ano deve tocar a cada um de nós que, como cristãos voltamos nosso olhar para Jesus, pois o próprio Mestre teve como mestre São José. É sob a proteção desse grande guardião da Família Sagrada que Nosso Senhor “progredia em saber, em estatura e no favor de Deus e dos homens” (cf. Lc 2, 52).

Por fim, recordando as palavras do Santo Padre, “a fidelidade de José não se situa na lógica do sacrifício de si mesmo, mas na lógica do dom de si mesmo” (PC 3). Busquemos ao longo desse ano fazermo-nos dons de nós mesmos para o serviço do Senhor. Que o glorioso Padroeiro da Igreja universal, São José, seja nosso modelo de obediência e nos ajude a sermos cada dia mais devotados ao Senhor.

 

Pedro Henrique Mendes

2º ano de Teologia - Etapa da Configuração

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A MISSÃO SE FAZ COM AMOR, POIS DO AMOR VEM A MISSÃO

Maria: Mãe, modelo e formadora dos missionários