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Mostrando postagens de 2020

É NATAL DE JESUS

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  O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus (Is 52,10)            Caríssimos, alegremo-nos: é Natal de Jesus; é festa de alegria, de esperança e de luz! Nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor! Somos chamados a fazer memória de nossa pequenez e da grandeza de Deus que, por amor, desceu à nossa pequenez; rememorar a graça de Deus que envolve todo o mundo. Todos, sem exceção, são amados por Deus e por Ele abraçados neste gesto tão grandioso. Em tempos de tantas divisões, somos chamados a acolher o amor divino que transforma a vida, renova a história e que liberta do mal, trazendo a paz e a alegria. Deus se faz carne e habita entre nós para se deixar abraçar por nós, para transformar nossa realidade, transformar nossa vida e nossa história.             Em um tempo tão marcado pela dor e pelo sofrimento, a celebração do Natal de Jesus, mais do que nunca, deve reavivar em cada um de nós

Advento e missão

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No último domingo (29/11) iniciamos, com muita alegria, o novo Ano Litúrgico. Neste tempo do Advento, voltamos o nosso olhar para o mistério da Encarnação do Verbo de Deus que nos aponta, também, para a vinda gloriosa de Nosso Senhor. Assim sendo, uma das figuras centrais é a da Virgem Maria que assumiu a missão de ser Mãe de Deus, gerando e educando o menino Jesus. Quando Nossa Senhora aceitou o chamado de Deus para sua vida, através do anúncio do arcanjo São Gabriel (cf. Lc 1, 26-38), ela não tinha plena certeza de tudo que iria acontecer, mas, isso não a impediu de dar a sua resposta generosa, se fazendo, assim, escrava de Deus. O medo não impediu o amor.  Na missão que cada um de nós assumimos, há grandes desafios. Porém, não podemos deixar que as dificuldades nos paralisem, pois elas existem para serem enfrentadas. Além disso, Nosso Senhor Jesus Cristo ao se fazer carne e habitar entre nós, se fez obediente a Deus Pai. A submissão à vontade de Deus não pode ser vista como algo neg

Projeto missionário: Igreja-irmã

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  Foto: Paróquia Santo Antônio - Reprodução/Facebook Pe. João do Carmo Macedo*   Aqui na Diocese de Almenara, Pe. João Batista e eu estamos levando o sonho do projeto missionário “Igreja-irmã” na esperança de torná-lo realidade, qual seja o de trazer para o chão da vida o mandato de Jesus Cristo “ide pelo mundo inteiro e anuncie a Boa-Nova (Mc 16,15) .” Esta Igreja particular de Almenara tem uma caminhada eclesial bem inserida na realidade do Baixo-Jequitinhonha, no nordeste mineiro, com suas riquezas, desafios e conquistas na “expectativa esperançosa” dos pobres semeando a Boa-Nova do Reino. O nosso caminhar, por essas estradas do Vale do Jequitinhonha, se baseia em saborear a experiência rica de uma Igreja sempre em busca da organização do Povo de Deus, animando os grupos de uma luta histórica concreta. Por outro lado, estamos levando a esperança a outros, anunciando que o Reino acontece aqui e eterniza-se na Nova Jerusalém. Ademais, creio que a missão nossa por esses lados

Encontro e Esperança – Testemunho vocacional-missionário

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No contexto do Mês Missionário, publicamos o testemunho vocacional-missionário do Pe. Anderson Souza, svd, filho da Arquidiocese de Mariana e que, atualmente, exerce o ministério presbiteral nos Estados Unidos da América. Pe. Anderson Luis de Souza, svd Quem sou eu? Chamo-me Anderson Luis de Souza, mineiro da cidade de Ponte Nova-MG, filho da Paróquia da Santíssima Trindade, sacerdote e religioso-missionário da congregação dos Missionários do Verbo Divino, mais conhecidos como Verbitas, congregação religiosa presente no Brasil há 125 anos. Fiz os votos religiosos em Juquiá-SP no dia 08 de janeiro de 2003, os votos perpétuos e a ordenação diaconal em São Paulo, em 8 de março de 2008, e a ordenação presbiteral junto com Pe. Ademar Lino, na Paróquia Santíssima Trindade, em Ponte Nova, no dia 01 de maio de 2009, e cheguei ao meu destino missionário no dia 01 de maio de 2010. Porém, não posso deixar de mencionar de que fui parte do seminário de Mariana (seminário menor), nos anos de 199

Espiritualidade da Missão: estar a Caminho

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  Pe. Adilson Luiz Umbelino Couto*   A vida Cristã como caminho é uma constante que orienta nossa vida. A categoria do Caminho é enriquecedora e fundamental em toda a História da Salvação. A missão é caminho, e é no caminho que Deus se revela – revitaliza-se e constrói sua identidade. O horizonte se aproxima, os olhos se abrem, as visões mudam, tudo se transforma. A única certeza é que Jesus caminha conosco. A missão é um convite para “avançarmos para as águas mais profundas” (Lc 5,4). Há o perigo das profundezas, mas se não houver o risco não se chega a nenhum lugar. É preciso arriscar-se: sair do lugar estagnado, da escuridão, da montanha. É preciso sair da própria terra e atravessar todas as fronteiras.          Mas o que significa sair da própria terra? (Gn 12,1). Não é só das coisas e das pessoas que é preciso sair, é preciso sair da própria rotina do cotidiano. “Para onde, Senhor?” poderíamos nos perguntar? Logo pensamos no lugar seguro, da chegada. Queremos prever todos os

Livro do Deuteronômio

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                                                                                                                                                                                                                                                        Pe. Anderson Luis de Souza, svd* Introdução Ao refletir sobre o livro um dos livros do Pentateuco, chamado Deuteronômio, é importante iniciar com as palavras presentes do Constituição Dogmática Dei Verbum , que aponta no segundo parágrafo: “ Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cfr. Ef. 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cfr. Ef. 2,18; 2 Ped. 1,4). Em virtude desta revelação, Deus invisível (cfr. Col. 1,15; 1 Tim. 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cfr. Ex. 33, 11; Jo. 15,1415) e convive com eles (cfr. Bar. 3,38), para os convidar

Vocação, um chamado de Deus; Fidelidade e amor, nossa resposta e Ele

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      Já faz quase 40 anos que a Igreja no Brasil tem a iniciativa pastoral de promover mais intensamente as vocações, “ celebrando e homenageando todas as vocações no decorrer das semanas de agosto ” (CNBB, 2020). Tal iniciativa serve para chamar a atenção de todos para a diversidade de carismas e ministérios que compõem a Igreja de Cristo, despertando as comunidades para o compromisso de suscitar e alimentar nos jovens o desejo de seguir o Mestre Jesus como discípulos, descobrindo sua vocação específica e acompanhá-los em seu discernimento vocacional. Dessa forma, “ em cada uma [das comunidades e paróquias], de domingo a sábado, todos são convidados a voltar as atenções para um grupo específico de vocações ” (CNBB, 2020), tornando-se comunidades e paróquias vocacionais. Durante este ano de 2020 temos a oportunidade de refletir d e um modo bastante peculiar o mistério da vocação como um chamado de amor do próprio Deus. No lugar mais profundo de cada vocação está a íntim

Ser cristão com "cinco pães e dois peixes"

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Pe. Fabiano Milione Honório* “Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”.” (Mt 5,11-12) Meus caros irmãos, todas as vezes que leio e medito o capítulo 5 do Evangelho de Mateus, fico pensando em qual foi a reação daqueles discípulos ao ouvirem aquelas palavras, principalmente o “Sermão das bem-aventuranças”. Muitos corações se sentiram confortados e encorajados aos escutarem as primeiras bem-aventuranças dirigidas aos pobres, mansos, aflitos, sedentos de justiça, misericordiosos e puros de coração. Porém o discurso de Jesus muda de tom na última bem-aventurança, ao chamar de felizes àqueles que são perseguidos e insultados. Penso que essas palavras, não menos verdadeiras que as outras, devem ter doído um pouco mais nos ouvidos daquela assembleia. Por mais que

Comise Nacional promove Semana de Oração dos Seminaristas do Brasil

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Entre os dias 6 e 10 de julho, a organização nacional do Conselho Missionário de Seminaristas promove a Semana de Oração dos Seminaristas do Brasil. A partir das partilhas feitas pelos seminaristas, coordenadores regionais dos Conselhos Missionários de Seminaristas (COMISEs), percebeu-se que muitos dos seminaristas, pelo Brasil afora, perderam seus entes queridos por causa da pandemia, muitas vezes passando por momentos de desânimo e provação por causa da doença. Diante dessa realidade, surgiu a ideia de expressar, através da oração, solidariedade e comunhão com todos os que foram mais diretamente afetados pela Covid-19. Além disso, lembrar e rezar, também, pelos agentes de saúde e pelos que faleceram. Todos são convidados a participar, em especial os envolvidos no processo formativo dos seminaristas: bispos, reitores e formadores, os próprios seminaristas e seus familiares. Para cada dia da semana de oração haverá um convidado que vai conduzir a reflexão. Dom Walmor Oliveira de

A pureza do “coração” a partir da Bíblia e da tradição patrística

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Pe. Adilson Luiz Umbelino Couto* No mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, refletiremos sobre a pureza do coração, a partir de alguns dados da Bíblia e também da tradição patrística. Diante da concepção do homem, da sua relação com Deus e do caminho a percorrer para alcançar a salvação, imediatamente surge a questão: qual é o coração que deve ser purificado?  Segundo a Bíblia, o coração recolhe em si a plenitude da vida espiritual, que deve abraçar o homem inteiro com todas as suas faculdades e atividades. O termo “coração, lev, levav, kardia designa, na Bíblia, muito mais que um simples órgão corporal; é usado, quase sempre, no seu sentido metafórico como a sede das diversas funções psicológicas do homem. Na concepção semítica, o “coração” designa dois aspectos complementares, um ligado à interioridade do homem (a parte do seu ser onde se situa a vida afetiva, intelectual, moral e religiosa) e outro ligado à sede da inteligência e da sabedoria. Diante de Deus, o hom