Conselho
Missionário de Seminaristas Entre em contato com COMISE[1]
Mariana: comisemariana@gmail.com
1.
Padre Alex, sabemos que o Sr. está
fazendo uma experiência missionária fora da Arquidiocese de
Mariana. Sendo padre, como tem sido essa experiência em sua caminhada
ministerial?
Padre Alex: - Estou em missão há quase 9
meses na Arquidiocese de Porto Velho. Sou pároco em uma área missionária que
compreende 17 comunidades e vigário paroquial em outra paróquia com 64
comunidades a serem atendidas. O Papa Francisco nos exorta a sermos uma Igreja
em saída missionária, a sairmos da autorreferencialidade e irmos às periferias
não apenas geográficas, mas também existências. Essa experiência de missão tem
sido para mim uma oportunidade de fazer esta experiência, de sair da zona de
conforto, de tocar realidades que provoquem em mim o êxodo constante que levou
Jesus a ser Glorificado pelo Pai: o esvaziamento de si mesmo pra viver uma
entrega total e livre.
2. Sabendo que encontramos muitos
desafios para viver o mandato missionário que o Evangelho nos convida a viver.
Quais tem sido os desafios mais encontrados, tendo em vista a mudança
geográfica que o senhor teve que fazer abrindo mão de sua vida nas terras
mineiras?
Padre Alex: - Um dos primeiros desafios
enfrentados foi justamente o geográfico. Além de estar a milhares de
quilômetros de distância da minha Igreja matriz, daquela que me gerou na fé,
tenho que lidar com as distâncias territoriais da Arquidiocese de Porto Velho.
Outro desafio é o clima: muito calor! Imaginem celebrar uma missa às 15h numa
capela rural, sensação térmica de 39° com pouca circulação de ar? Não foi nada
fácil a adaptação com o clima. Um terceiro desafio é a eclesiologia. A Igreja
presente no território de Rondônia tem suas peculiaridades e estilo próprio,
organização pastoral e administrativa um pouco diferente da nossa Igreja
particular de Mariana. Aos poucos vou me adaptando e vivendo a inculturação.
3. Apesar das dificuldades que
acompanha os que saem em missão, sabemos também que essa experiência traz
alegrias ímpares. Quais as alegrias e aprendizados o Sr. já pode dizer ter
alcançado por esse tempo de experiência missionária já realizado até aqui?
Padre Alex: - A maior alegria é a de servir
aos irmãos de diferentes realidades. Aqui temos gente de Minas, do Paraná, do sul
e do norte, do leste e sudeste do Brasil. Estar servindo nesta Igreja tão
plural enriquece e alegra o coração. Um aprendizado a ser partilhado é justamente
o fato de quanto mais saímos de nós mesmos mais somos enriquecidos com a graça
de Deus que se manifesta nos irmãos e irmãs que encontramos na missão.
4.
Por
fim, gostaríamos que o Sr. deixasse uma mensagem para o povo da Arquidiocese de
Mariana, onde o Sr. nasceu na fé e foi ordenado presbítero, e qual mensagem
especial deixa também aos seminaristas que aspiram o sacerdócio para que sejam
também homens de coração ardente na espiritualidade missionária por onde forem?
Padre
Alex: - Queridos irmãos e irmãs na fé, estimados
seminaristas que vivem o processo de discernimento vocacional, não tenham medo
da missão. Não se fechem numa visão míope da Igreja e da realidade. A igreja
vai além da territorialidade uma Arquidiocese ou paróquia. A ação
evangelizadora não se compreende a partir de ideologias e nem está fechada num
plano de pastoral. Sejam dóceis ao Espírito Santo e permitam que Ele guie os
seus passos para além dos limites geográficos e dos seus próprios projetos
pastorais.
[1] O Conselho Missionário do Seminário é uma dimensão mística que perpassa todo o processo formativo dos futuros sacerdotes e leigos consagrados e tem como objetivos: * formar a consciência missionária dos formandos, * informar formandos e formadores sobre a situação do mundo, * estimular a colaboração pessoal e promover a cooperação solidária, * “colocar o mundo sobre o altar”, juntamente com o pão e o vinho.
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