A Igreja é missão
A IGREJA É MISSÃO
O
Documento de Aparecida nos apresenta o termo “Discípulos missionários”, que
para nós é muito significativo e pode nortear nossa reflexão. Antes mesmo de
ser missionário, de ser enviado por Jesus, torna-se necessário fazer a
experiência do discipulado, ou seja, é preciso encontrar-se com Jesus Cristo e
apaixonar-se por Ele. Assim nos afirma o documento acima citado: “Conhecer a
Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado
foi o melhor presente que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com
nossa palavra e obras é nossa alegria”. Não há meio melhor de conhecer a Jesus
Cristo e fazer a experiência do encontro, do que nos colocarmos em sintonia com
sua palavra. A Sagrada Escritura revela o amor de Deus por cada um de nós, e
assim, movido pelas palavras do mestre de Nazaré, nosso coração queima e passa
a desejar cada dia mais a presença de Cristo (Lc, 24,32). Jesus desperta em nós
algo diferente, que nos impulsiona a abrir o nosso coração e acolher a fé,
levando-nos assim a tornarmos discípulos de Jesus Cristo.
Desde os
primórdios da Igreja, o anúncio do evangelho é vivenciado com grande ardor
missionário, e isso nos mostra que a Igreja é “missionária por natureza”, como
nos fala a letra de uma canção. O livro dos Atos dos Apóstolos confirma para
nós esta natureza missionária da Igreja, quando vemos que, todos aqueles que
disseram sim ao chamado de Deus seguem os passos do mestre Jesus e adotam para
si suas virtudes. A doação, a pobreza, o desapego, a confiança e, sobretudo a
generosidade e a gratuidade são características que devem acompanhar o
discípulo missionário de Jesus Cristo. “Na generosidade dos missionários se
manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a
gratuidade do evangelho”, nos afirma o Documento de Aparecida. É importante
destacar que, quando utilizamos o termo Igreja, não nos referimos somente a ela
enquanto instituição ou templo, mas como povo de Deus: todos nós fazemos parte
desta Igreja. Assim, se a natureza da Igreja é ser missionária, e se somos
discípulos missionários de Jesus, devemos nos colocar a serviço de todos os
seres humanos, pois Cristo veio para nos dar a vida e vida em plenitude (Jo 10,
10).
Há duas
figuras muito importantes no que tange a experiência missionária, a saber: São
Francisco Xavier e Santa Terezinha do Menino Jesus. Estes grandes santos são
considerados os padroeiros das missões, e neste sentido, representam todos os
que se dedicam de forma mais ativa à ação missionária da Igreja. São Francisco
Xavier destaca-se pelo grande empenho missionário e por sua vida doada à
pregação do evangelho. Francisco faz a experiência do encontro com Jesus e seu
processo de conversão inicia-se graças à intercessão de Santo Inácio de Loyola.
Ele é cofundador da Companhia de Jesus. Francisco é este que está na vanguarda,
ou seja, este que vai a frente, que é enviado. Por outro lado, Santa Terezinha
destaca-se por seu grande amor à Igreja pela oração. Muitos hão de perguntar:
como Terezinha pode ser padroeira das missões se viveu enclausurada? A resposta
é simples. Em seu escrito, História de uma alma, ela afirma: “Ó Jesus, meu
amor, minha vocação, encontrei-a afinal: Minha vocação é o amor!”. Assim, ela
entendeu que ser missionário não é somente ir a lugares distintos e longínquos,
mas fazer a vontade de Deus onde estiver. A missão começa dentro de nossa casa,
em nossa família, em nossas relações, para depois extrapolar os muros de nossa
existência. Terezinha é esta que fica na retaguarda, ou seja, é aquela a quem
chamamos de apoio, de intercessora. Não adianta ter muitos missionários se não
há ninguém que reze por eles. Compreendemos então, que rezar pelas missões é
também tornar-se missionário.
Sendo
assim, assumamos com alegria e entusiasmo esta que é nossa vocação batismal:
anunciar a palavra de Deus. Queiramos fazer a experiência do encontro pessoal
com Jesus Cristo e vivermos com intensidade o discipulado, a fim de que cheios
do Espírito de Amor sejamos enviados em missão para testemunhar Jesus Cristo
com nossa vida. É preciso rezar, é preciso escutar Deus falar, e mais ainda, é
preciso deixar que a palavra de Deus toque nosso coração, a ponto de nos
entregarmos livremente a ação do Espírito de Deus. Como São Francisco Xavier,
não tenhamos medo de sair ao encontro de nossos irmãos; não tenhamos medo de
anunciar com ousadia o evangelho de Jesus Cristo; não tenhamos medo de nos
desgastarmos para o bem do povo de Deus. À exemplo de Santa Terezinha,
assumamos hoje nossa vocação, nossa missão e responsabilidade. O lugar da
missão é o chão da nossa história. Comecemos a ser missionários dentro de casa,
em nosso círculo familiar. Por fim, não deixemos de rezar para que sejamos
autênticos em nossa missão e para que sejamos fortalecidos por Deus. Rezemos
também pelos missionários e pela Igreja que é “Missionária por Natureza”.
Seminarista
Robson Oliveira Teixeira – 1° ano de Filosofia.
Bibliografia
Canção Nova. Disponivel em:
<https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/aprendendo-a-ser-missionario-com-santa-teresinha/>.
Acesso em: 15 Outubro 2022.
Conceito.De. Disponivel em: <https://conceito.de/missao>.
Acesso em: 15 Outubro 2022.
Canção Nova. Disponivel em:
<https://santo.cancaonova.com/santo/sao-francisco-xavier/>. Acesso em:
15 Outubro 2022.
BÍBLIA Sagrada. 27.
ed. São Paulo: Ave Maria, 2017.
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