Seminário de Mariana presente no Congresso Missionário da Província Eclesiástica

Geraldo Trindade – 3º ano de teologia
José Maria Dias – 3º ano de filosofia
 
A Província Eclesiástica de Mariana (Arquidiocese de Mariana, Dioceses de Itabira-Coronel Fabriciano, Caratinga e Governador Valadares) viveu nos dias 27 a 29 de abril em Itabira dias de partilhas, estudo, planejamento e oração  em seu I Congresso Missionário.
Unidos pelo mesmo batismo, reunidos pela mesma fé e animados pelo Espírito Santo 400 pessoas se encontraram para pensar e avaliar a missão no contexto atual, de mudança de época. Pe. Camilo Pauletti, diretor das Pontificias Obras Missionárias (POM), auxiliou os participantes a refletirem a temática. Em sua apresentação afirmou que o contexto atual tende a ser secularizado, ateísta e plural, com fortes tendências ao fundamentalismo. Diante dessas realidades, dos questionamentos advindos dela, de posturas e ideias novas; a Igreja é chamada a rever em profundidade o significado de missão e de evangelização e por consequência, o que significa ser hoje discípulo-missionário.
O documento de Aparecida apresenta que é essencial ser discípulo-missionário e para isso é necessário o encontro com Jesus Cristo vivo, que transforma a vida da pessoa e a leva à conversão. Torna-se cristão não por uma decisão ética, mas do encontro com um acontecimento, com uma pessoa, Jesus Cristo. Aparecida desponta como um resgate e uma solidificação da missão. “É impossível ser discípulo e não ser missionário e é impossível ser igreja sem que ela também seja missionária”, expressou Pe. Camilo.
O diretor da POM alertou para que se respeite a história da caminhada missionária e que este Congresso deverá dar ânimo, vigor, partilha de coisas boas e experiências. “É momento de celebrar a vida, a fé a caminhada missionária.” Motivando os participantes, complementou que “a igreja é universal, a missão nos faz olhar para o mundo e querer levar às pessoas Jesus Cristo e sua Palavra.”
Houve a apresentação dos trabalhos missionários nas dioceses. O representante do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), Pe. Oldair de Paulo Mateus, apresentou o desenvolvimento dessa dimensão na Arquidiocese de Mariana, da publicação de materiais de formação missionária, o incentivo às santas missões, o trabalho de padres e leigos que fizeram a experiência missionária no norte de Minas Gerais, como também de padres, que atualmente estão na região amazônica. O arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, lembrou do esforço para que todas as dimensões do processo formativo sejam perpassadas pela realidade e experiência missionária. Neste sentido, o Seminário da Arquidiocese tem feito duas experiências missionárias por ano, uma dentro do território da Arquidiocese e outra fora da Arquidiocese; como também todo ano algum seminarista tem feito a experiência missionária na região amazônica. Lembrou também o envio do reitor, Pe. Lauro Versiani, a um trabalho missionário junto a um seminário na Guiné-Bissau.
O Seminário Arquidiocesano São José esteve representado pelos seminaristas, Geraldo Trindade da comunidade da teologia e José Maria Dias da comunidade da filosofia. Cada um deles pode participar de um dos eixos temáticos proposto pelo Congresso. Relata-nos agora os principais temas abordados.
§  Eixo temático Comunicação e Missão teve como assessor Pe. Geraldo Martins, que apresentou a comunicação como a prática de colocar algo em comum, sendo que cada vez mais ela é circular, implicando troca de saberes e por vez inclui necessariamente a participação na vida do outro.  “Hoje tem-se muita informação e pouca comunicação. É preciso que haja acolhida para que a comunicação se efetive.” Só há verdadeira comunicação humana quando o emissor comunica o que é se abre para acolher o outro, a ponto de se identificar com o outro  sem dominá-lo.
Deve-se fazer uma distinção entre a verdadeira comunicação e os meios de comunicação. Eles ampliam a comunicação. Efetivamente, existem três modelos de comunicação: 1)Dialógico-presencial é o diálogo face-a-face, nenhuma comunicação é capaz de superar esse modelo; 2)Mídias tradicionais como cinema, rádio, TV, onde não há o nível da reciprocidade; 3) Diálogo não-presencial experimentado pela internet.
Dessa forma, o missionário deve se comunicar com todos e sua comunicação aprimora se se identifica com a mensagem a quem se propõe a comunicar. O testemunho é a primeira comunicação, pois foi assim com Jesus. 
Pe. Geraldo apontou que se pode ser bons comunicadores de Cristo usando os vários aspectos: o face-a-face, as mídias locais e globais. O certo é que a comunicação eclesial não pode fechar e isolar, mas deve propiciar a comunhão, incentivar o espírito de pertença à Igreja, à participação concreta em uma comunidade e ao incentivo para viver os valores da fé.
§ Eixo temático: Ecumenismo e Missão que teve como assessor o prof. Róbson Adriano Fonseca Dias, que apontou que para a concretização do ecumenismo entre os irmãos é necessário que exista uma grande amizade e que transmita confiança. Pois, a unidade entre os irmãos cristãos é uma urgência que falta em nosso meio e esta união só será possível através de uma profunda amizade. Quem nos convida a estar em relação é o próprio Jesus Cristo, quando deixa claro em suas palavras que sua missão é transmitir a boa nova e salvar toda a humanidade.
Quando se fala em ecumenismo está falando de dois tipos de ecumenismo: o macro ecumenismo, que é o diálogo com aqueles que não são cristãos e o  micro ecumenismo, que é o diálogo entre aqueles que professam o Cristo, mas que são de igrejas diferentes. É iluminadora a passagem bíblica do Evangelho de São João17, 17-23.
Só se consegue trabalhar o ecumenismo quem se sente profundamente amado por Deus. A palavra de Deus é a verdade e esta foi nos transmitida por Jesus Cristo em nossos dias. Jesus é o enviado do Pai e da mesma forma que Ele foi enviado também nos envia em missão, isto é, algo muito profundo que se deve ter consciência, pois este não é qualquer envio.
Quando se sai em missão está indo ao encontro do outro, está levando Jesus, com tal gesto faz crescer Jesus no coração dos outros. Tem-se que tomar cuidado porque a chaga do coração de Jesus é a desunião entre os irmãos. Efetivamente, o que falta para que se possa viver autenticamente o ecumenismo é a conversão pessoal, por isso é preciso que se cultive atitudes para o diálogo, como a consciência da humildade, a abertura ao valor da alteridade, a fidelidade à própria confissão, a busca comum da verdade e a ecumene da paixão e misericórdia.
Na manhã de domingo foram apresentados 2 compromissos formulados por cada eixos temáticos, que após analisados foram anexados a Carta-compromisso que foi lida, aprovada e depois será encaminhada às  dioceses, coordenações e ao Povo de Deus.
            O metropolita e arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidiu a celebração de encerramento que contou com a presença de vários padres e do bispo de Itabira-Coronel Fabriciano, Dom Odilon Guimarães Moreira.
            No 4º domingo da Páscoa, comumente chamado o domingo do Bom Pastor, dia também de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas, Dom Geraldo dirigindo-se aos participantes do Congresso chamou a atenção para Cristo, bom pastor. Ele dá a vida por suas ovelhas, Ele conhece suas ovelhas e é conhecido por elas. As ovelhas são os batizados, que devem ouvir as palavras do pastor, Jesus. “O bom pastor fala-nos das ovelhas que não estão no redil. A palavra de Jesus Cristo continua atual e quanto estamos longe de colocar em prática sua palavra, fazendo com que todos os povos se tornem discípulos-missionários dEle. A missão além-fronteiras é ir além de sua terra. Missão é isso, mas não nos esqueçamos de que às vezes a fronteira está próxima de nós: há bairros, famílias, pessoas que não foram atingidas pela nossa ação eclesial. Existem muitas fronteiras que precisam ser rompidas”, frissou.
            Dom Odilon, agradeceu a todos e encerrou com o envio missionário de todos os presentes, pois a Igreja está em permanente estado de missão. Ela é missionária e somos missionários com ela.
Portanto, este Congresso Missionário da Província de Mariana deve ajudar a criar uma consciência nova e animados possamos assumir a vocação missionária presente em cada batizado e assim levar a Palavra de Deus e o nome de Jesus ao conhecimento e aprofundamento daquelas pessoas que estão dentro de nossas igrejas, como também àquelas que se encontram distantes.














Comentários

  1. Bom dia...
    Sou Gledson Santos, sou seminarista da Arquidiocese de Porto Velho - Ro.
    gostei muito dessa matéria, e é bom saber que os seminarista do Sudeste do país, de modo especial os de Mariana - MG, estão empenhadas na missão de evangelizar, os mais fracos e oprimidos.
    Tenho certeza que farão um bom trabalho.
    Aqui na diocese, o meu sonho é que tenhamos um comise, mas vamos deixar o Espirito Santos nos impulsionar, pois a messe é grande! rsrs

    Desde já coloco minha estima neste Blog, que me foi apresentado pelo tão ilustre Aldeson! rsrsr!

    Grande abraço e parabéns aos que escreveram tal matéria!

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