Seminaristas da Arquidiocese de Mariana participam de formação missionária no Leste II
Adelson Clemente (4º ano de
teologia)
Daniel Fernandes (2º ano de
filosofia)

“Como
mensageiros do amor de Deus os missionários precisam ser pessoas de diálogo com
Deus e com os irmãos. Deste contato nascerão união, compreensão e a riqueza dos
valores evangélicos. Como podemos dialogar com a realidade tão plural, cultural
e religiosamente falando? Como ter o olhar de Jesus para as situações concretas
e levar a Palavra de Deus contextualizada? O caminho a percorrer está diante de
nós, cabe-nos interpretar os sinais e revelar o amor de Deus a todos que têm
sede e fome da Palavra de Deus”, motivou-nos o assessor.
Dessa forma,
para haver diálogo é preciso saber ouvir, deixar o outro falar. Para que isso
aconteça, temos que ser portadores da verdade, mas não donos da verdade, e sim uma
atitude de servos da verdade. Para isso, é preciso exercitar a capacidade de
aproximar do outro com respeito, olhar para a pessoa, não pelo que ela é, mas sim,
pelo que pode ser, sem desprezos e preconceitos. É preciso esquecer-se da
história, dos problemas, dos defeitos como Jesus fez com Zaqueu. Jesus é o nosso
modelo, basta vermos suas atitudes. Ele entra na casa de Levi e sai da casa de
Mateus, entra na casa do cobrador de impostos, Zaqueu, e sai da casa de um
discípulo. Quando escuto o outro com respeito, ele também escutará o que tenho
para dizer. Surgirá, portanto, a compreensão, o anúncio e Boa Nova se presentificará.

Pe Sávio salientou
que “uma outra capacidade que precisamos exercitar é o olhar para a
realidade. Visto que pensamos onde pisamos, o nosso coração ama o que vê.”
Por isso, nas visitas é preciso entrarmos na casa de todos, vivermos sem
privilégios, não buscarmos acomodações para não corrermos o risco de viver como
privilegiados e não respeitarmos o envio de Jesus, consequentemente não
anunciaremos o Reino de Deus. É preciso tomarmos cuidado para não nos
esquecermos dos irmãos, que estão longe de nossos olhos. O outro com sua vida e
testemunho nos coloca em nosso lugar, por isso devemos fugir das armadilhas,
termos ousadia de ir às águas profundas, confiarmos no Mestre que chama e
envia. Em nossa ação evangelizadora devemos ser aqueles que facilitam a vida,
que acolhe o diferente, portadores de esperança para todos. Assim, contribuiremos
para que o mundo seja glória de Deus e um mundo melhor. Já disse padre Zezinho
em uma de suas canções: “Que o meu cansaço a outros descansem...”

Os bispos no Doc.
de Aparecida alertam que devemos estar atentos às situações de sofrimento (DAp
65), sintonizados com a realidade, prestando ao outro uma amável atenção,
escutarmos com interesse, compartilharmos horas, semanas e a vida. Estar no
meio dos pobres e nas tarefas não ter medo de fracassar. Nossa missão é ser amigos
daqueles que se encontram abandonados (DAp 397). Jesus nos convida a lavar os
pés, a sermos seus imitadores, em quê? Quais as sujeiras a lavar? Conhecemos os
problemas, a realidade? A questão não é vencer, mas ter a consciência tranquila
de estarmos do lado certo.
Em Mt 25 Jesus nos
aponta o paradigma e é a partir dele que devemos nos portar na missão. Também
em Lc 10,25 nos diz quem é o próximo e qual deve ser a nossa atitude. Devemos
ser uma religião daqueles que param no caminho, como o Samaritano, para atender
o próximo, pessoas que se preocupam com o outro. Não podemos ser surdos e cegos
ao clamor dos que sofrem. E como dizia padre Sávio, “a vida de quem quer ser
significativo deve ser austera, simples e alegre.” Imolar-se com alegria a
cada dia com alegria, pois, nosso Mestre se imolou por nós.
Testemunho missionário dos Seminaristas
de Pouso Alegre
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