UMA EXPERIÊNCIA DE MUITO AMOR


 Antônio Adriano Vale – 4º ano de Teologia (Arquidiocese de Mariana)


Nos dias 15 de Dezembro de 2011 a 22 de Janeiro de 2012, realizou-se na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Almeirim, Diocese de Santarém-PA, a V Experiência Missionária que contou com a participação de 82 missionários, sendo 02 da Arquidiocese de Mariana, a saber, Diac. Claudinei Lourenço de Souza e Antônio Adriano Vale. A experiência foi vivenciada em duas etapas: a primeira de 16 de dezembro a 03 de janeiro nas comunidades da cidade e a segunda de 04 a 17 de janeiro nas comunidades do interior.
Esta missão tinha como objetivo geral: articular a prática pastoral em vista do anúncio e edificação do Reino de Deus na realidade amazônica. Como objetivos específicos destacam-se: 1- Firmar o seguimento a Jesus Cristo enraizando a vida do futuro presbítero nas realidades concretas; 2- Conhecer a realidade pastoral, estando atento à ação do Espírito Santo na vida das pessoas e das comunidades; 3- Proporcionar a compreensão, a co-responsabilidade e o aperfeiçoamento da prática pastoral; 4- Descobrir estratégias de ação pastoral que facilitem a evangelização dos afastados; 5- Vivenciar o trabalho em equipe como sinal de serviço e testemunho de comunhão; 6- Aprofundar o espírito missionário e diocesano na realidade amazônica.
Foi a partir da Palavra de Deus, do apelo da Igreja em relação à dimensão missionária e do testemunho de realização e plenitude dos padres João Paulo e Claudinei – que fizeram um ano de experiência missionária na referida diocese – que acolhi o chamado ao envio missionário à Amazônia. Não obstante o medo, confiei naquele que me chamou e parti em missão.
Durante a V Experiência Missionária pude perceber, ainda que de relance, como que em um flash, o que é o amor. Em todas as casas em que adentrava, eu via, eu sentia, eu percebia a presença, a ação de Deus, tanto em mim quanto nos que me acolhiam. Naqueles dias, fui conquistado por Cristo, fui conquistado por mim mesmo e fui conquistado pelo povo, de modo especial, pelos mais pobres e sofridos.
Com tudo isso, pude fazer uma revisão de vida a partir do serviço, a partir da doação. Nesta revisão constatei que o amor não espera nada em troca, que ele é simplesmente gratuidade. Como nos diz São Paulo “o amor é paciência, é bondade. Não tem inveja, não é orgulhoso, não é arrogante” (1Cor 13,5-7). O amor não busca os seus próprios interesses, ele nos leva ao verdadeiro encontro com o outro, nos leva a uma entrega sem reservas. Sendo assim, noto que Jesus me chamou para o meio da floresta amazônica para converter-me, para que eu seja um missionário e não apenas um “funcionário” do sagrado. Esta experiência desestabilizou-me por completo. Minhas certezas, minhas convicções foram lançadas ao chão. A partir de então, a única certeza que tenho é que sou chamado ao serviço, à doação, ao amor.
Concluo desta experiência que o fazer missão é entender que a mensagem de Deus está no meio da vida e do mundo, sempre pronta para ser encontrada. Porém, é preciso cultivar um olhar atento e transparente para reconhecer os inúmeros sinais da presença divina que se revelam nas experiências cotidianas.
Que o Espírito Santo possa sempre nos iluminar para que a nossa consciência de missão nos faça sempre missionário entre os irmãos e irmãs que ainda não puderam conhecer, amar e servir a Deus vivendo os valores do Reino. Desejo ardentemente que todos os cristãos vivam autenticamente sua fé e compreendam a importância de serem discípulos-missionários: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). 

















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