Depoimento missionário: Seminarista Fernando Paulo
Foi com grande alegria que embarcamos para Montalvânia na de segunda-feira, dia 17 de dezembro de 2012, eu e o então Diác. Leandro Ferreira. Foi uma viagem muito tranqüila, com a graça de Deus! Chegamos à cidade na manhã
do dia seguinte. Foram aproximadamente 15 horas de viagem. A princípio, o nosso retorno estava marcado
para o dia 18 de janeiro, mas devido as festividade em louvor e honra a São
Sebastião, o pároco da paróquia Cristo Rei, pe. Wellington, pelo qual fomos
muito bem acolhidos, pediu-nos que, se possível, permanecêssemos na cidade até
o dia 21 .
A cidade de Montalvânia
possui uma história muito peculiar. Ela foi idealizada e projetada por um
visionário e autodidata chamado Antônio Lopo Montalvão. Suas ruas receberam
nomes de filósofos, cientistas e escritores a fim de instruir seus habitantes. Devido
a sua proximidade da Bahia, é possível identificar alguns elementos
significativos da cultura baiana, apesar de ainda se encontrar em território
mineiro. Trata-se de um povo bastante alegre e acolhedor, que, apesar de todo o
sofrimento do dia a dia, sempre encontra um sentido para vida e um motivo para
celebrar.
Algumas comunidades
rurais possuem uma realidade bastante desafiadora. Muitas casas são feita de
barro e cobertas com folhas de buriti, uma árvore típica da região. A maioria
dessas casas não possui luz elétrica uma vez que a CEMIG não autoriza a
instalação devido ao grande risco de incêndio. Quando chegamos, algumas
comunidades rurais estavam sofrendo muito com a seca. No entanto, as famílias
sempre nos acolhiam com muita alegria.
Trata-se de uma
realidade de Igreja bem diferente com a qual estamos acostumados: as
celebrações são muito simples, porém animadas; muitas comunidades ainda não
possuem capela e nesses lugares, os
sacramentos são celebrados nas casas das famílias, em cabanas cobertas com
folha de buriti ou até mesmo debaixo de árvores. Tivemos a oportunidade de participar de alguns
encontros e reuniões e até mesmo de realizar alguns momentos de formação. Trata-se
de um povo muito aberto e sedento de formação. No encontro de formação com os
coroinhas, por exemplo, algumas crianças caminharam por uma hora e meia para
chegar ao local do encontro. Um grande testemunho de fé!
Algumas comunidades
rurais possuem um potencial muito grande. Há muitos jovens e crianças. O grupo
de jovens da Matriz, por exemplo, possui mais de cinquenta integrantes. Contudo,
infelizmente, o pe. Wellington não consegue conciliar a celebração dos
sacramentos com a articulação e a animação pastoral, pois paróquia tem um território geográfico muito extenso: são mais de 40 comunidades e a distância entre elas é muito grande.
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