Seminaristas relatam experiência da Semana Missionária pré JMJ
A Semana Missionária que antecedeu a JMJ Rio 2013 foi inovadora. Ela substituiu os “Dias nas dioceses”, que surgiu na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Paris (1997), em caráter opcional, como uma valiosa ocasião para dar aos jovens peregrinos a possibilidade de partilhar com as comunidades locais momentos de oração e proporcionar, também, ocasião de turismo, uma semana antes da jornada.
A
proposta de se realizar a “Semana Missionária” foi feita pela Igreja no Brasil
e aceita pelo Pontifício Conselho para os leigos. Visou favorecer tudo aquilo
que já era proposto pelos Dias nas Dioceses, porém enriquecido com o viés da
Missão. Assim, o jovem peregrino não só veio para participar, mas para
contribuir no processo evangelizador da juventude. Jovens evangelizando e sendo
evangelizados por jovens.
A Arquidiocese de Mariana se
articulou no acolhimento em três cidades, Barbacena – russos e chilenos - , Ouro
Preto – franceses - e Viçosa – noruegueses - , que contaram com a presença dos
seminaristas da Arquidiocese que relatam agora essa experiência rica:
BARBACENA - Carlos
Heitor Fidelis (Propedêutico)
A Semana
Missionária foi uma oportunidade de encontro com Cristo e com os irmãos. Dom
Hélder Câmara já dizia: “Missão é sempre
partir, mas não devorar quilômetros!” Com esse espírito acolhemos a
proposta da Semana Missionária em Barbacena. A expectativa antes da Semana
Missionária era grande! O contato com pessoas de outras línguas, outras
culturas chamava a atenção e nos fazia questionar como seria.
Depois de muita ansiedade chegou o
dia! Chegaram na madrugada do domingo e a
comunicação “freou” todos nós, por um momento a euforia foi dando lugar a um
desapontamento pela impossibilidade de nos entendermos. Fomos, aos pouco,
comunicando, por gestos e depois aprendendo e ensinando algumas expressões
básicas de nossa língua.
O contato com as chilenas por sua
vez foi mais fácil, devido à proximidade de nossas línguas. Para elas tudo era
alegria e festa. Sempre as encontrávamos com um sorriso no rosto e uma alegria
indescritível. Já nos primeiros dias podíamos compartilhar um pouco de nossas
vidas e ouvir delas um pouco daquilo que viviam.
Iniciado de fato os “trabalhos” da
Semana Missionária, ouvindo o Padre Luiz da Paixão apresentando a realidade da
Arquidiocese de Mariana e em seguida escutamos uma jovem russa apresentar a
realidade eclesial do seu país. Uma irmã chilena nos disse um pouco da forma
como a Igreja se organiza em seu país.
Tivemos a Celebração Eucarística celebradas
em russo, presididas pelos padres que vieram com a delegação russa e em
espanhol, presidida pelo Padre Anderson Nascimento. Nossa forma de celebrar
encantou tanto os russos quanto as chilenas.
Acompanhamos também nas visitas
missionárias, momento em que os estrangeiros visitaram áreas carentes de nossa
cidade e puderam compartilhar um sorriso, um abraço, um pouco de seu trabalho
com aqueles que mais necessitam.
Momentos culturais muito divertidos
marcaram também a Semana Missionária. Pudemos mostrar mais da cultura brasileira
e conhecemos as culturas russa e chilena. Assim, a semana foi passando e
infelizmente passou muito rápido. Como foi difícil despedir daqueles nossos
irmãos. Os russos e as chilenas já não são mais nem amigos e nem colegas, são
irmãos, parte indispensável da nossa família. Como filhos de Deus, superamos
toda dificuldade linguísticas e nos entendemos pela “linguagem do amor”. Possivelmente não conseguiremos nos ver tão
fácil, porém a lembrança ficará guardada para sempre. Para nós foi uma
experiência de crescimento, mas também de encontro com Cristo. Agradecemos
muito a Deus a oportunidade de convivermos com esses nossos irmãos, mas
agradecemos também a todos eles, por nos permitirem entrar um pouco em sua
vida, compartilhar de alguns momentos juntos, de podermos aprender tanto em tão
poucos dias.
Do
dia 15 a 21 de julho a cidade de Ouro Preto houveram momentos de muita alegria,
motivação e oração com a visita da juventude francesa em preparação para a JMJ
Rio. Os 160 jovens da diocese de Versalhes se espalharam por toda a cidade
levando, por onde iam, a força e a animação católico-juvenil. Foi belíssimo ver
todas as quatro paróquias ouropretanas se unirem para acolher da melhor forma
os peregrinos. Eles se acomodaram nas residências das famílias que os receberam
de modo muito simples, mas muito acolhedor, do jeito que só os mineiros sabem
receber.
Durante
essa pré-jornada os jovens franceses e brasileiros se uniram em vários momentos
de celebrações, em que se pôde destacar a beleza da liturgia preparada, tanto
pelos visitantes quanto pelos anfitriões. O passeio feito pelas cidades
históricas da redondeza foi um momento muito rico de partilha de nossa cultura.
É louvável lembrar também dos trabalhos realizados por eles: visita e ajuda às
instituições de caridade da cidade. Como não pode faltar festa, as
confraternizações que aconteceram nas noites desses dias foram ótimos momentos
de convivência. O seminarista Víctor Hugo que também acompanhou esse grande
encontro, assim nos disse: “A convivência com os franceses nos mostrou que a
linguagem do amor supera a dificuldade de qualquer idioma desconhecido”.
Enfim,
foi com grande júbilo, com sentimento de saudade e de gratidão a Deus, às
paróquias de Ouro Preto e, claro, aos jovens da França, que se
encerrou esta ilustre e inesquecível visita. Que nosso Pai celeste possa
guardar a todos no coração e sempre olhar para sua juventude!
VIÇOSA - Márcio
Henrique da Silva ( 1º ano de teologia)
Estando
em Viçosa pude participar ativamente da semana missionária quando foram
acolhidos os jovens peregrinos oriundos da Noruega para a JMJ – Rio/2013. Uma
semana de intensas atividades religiosas, culturais e sociais. Quero destacar a
visita feita a uma comunidade carente na área rural. Pude perceber a alegria da
acolhida daquela gente para conosco e com os peregrinos noruegueses que ali nos
encontrávamos, sendo recebidos de braços e corações abertos por moradores cujo
sorriso demonstrava o prazer de acolher. A pobreza material não conseguiu
furtar do rosto dessas pessoas um sorriso sincero e uma simpatia contagiante.
Certamente a semana missionária imprimiu na vida dos que dela participaram a
certeza de que acolher bem é a maneira mais saudável de se comunicar o
Evangelho às pessoas.
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