A Comunhão e a Confissão em tempos de isolamento social
A lei suprema da Igreja é a
salvação das almas, ou seja, da pessoa como um todo. Sendo assim, Ela sempre
encontra meios de proporcionar aos seus fiéis oportunidades de Reconciliação e
Comunhão com Deus. Em tempos de emergência, como o que estamos vivendo, devido
a pandemia do covid-19, em que as pessoas tem que permanecer em casa para
evitarem o contágio, vale a pena recordarmos dois tesouros da tradição: A
Comunhão Espiritual e a Contrição Perfeita.
1. A COMUNHÃO ESPIRITUAL
Sabemos que, por medidas de prevenção e cuidado, está suspensa a celebração da Santa Missa com a participação do povo. Então, ficaremos sem a Eucaristia? Não! A Eucaristia continuará sendo celebrada pelos padres por nossas intenções, mas de forma privada.
De sua casa, você pode acompanhar as celebrações via Tv, rádio ou redes sociais. Nestas circunstâncias, estando impossibilitado de Comungar sacramentalmente o Corpo de Cristo, você fará sua COMUNHÃO ESPIRITUAL. A este respeito, diz Santo Afonso Maria: A comunhão espiritual “consiste no desejo de receber a Jesus Sacramentado e em dar-lhe um amoroso abraço, como se já o tivéssemos recebido”. Trata-se de um método proveitoso e muito fácil de realizar.
Há orações que nos ajudam como, por exemplo, esta de Santo Afonso: “Oh, meu Jesus, creio que estais presente no Santíssimo Sacramento, te amo sobre todas as coisas e desejo receber-Te em minha alma. Já que agora não posso fazê-lo sacramentalmente, venha ao menos espiritualmente a meu coração. Como se já tivesse recebido, te abraço e me uno todo a Ti, não permitais, Senhor, que volte jamais a abandonar-Te. Amém."
2. A CONTRIÇÃO PERFEITA
É
um preceito e se tornou, inclusive, um costume, nos confessarmos por ocasião da
Páscoa. Além disso, há aqueles que se confessam com freqüência. Daí, diante da
atual circunstância, podemos nos perguntar: “Como me reconciliarei com Deus se
não devo sair de casa e não encontro um sacerdote?” A Contrição Perfeita é a
resposta mais adequada a essa pergunta.
Entre
os atos do penitente, o primeiro é a Contrição. Mas, do que se trata? É o arrependimento sincero dos pecados por
amor a Deus (Perfeita) ou pela consideração do peso dos pecados (Imperfeita ou
atrição), com o desejo de não mais pecar no futuro.
Vai
nos dizer o Catecismo da Igreja Católica: A Contrição Perfeita “perdoa as
faltas veniais e obtém também o perdão dos pecados mortais, se incluir a firme
resolução de recorrer, quando possível, à confissão sacramental [...]. A
contrição imperfeita não obtém o perdão dos pecados graves, mas predispõe a
obtê-lo no sacramento da penitência” (1452-1453).
Em
outras palavras, “é muito claro: se você não encontra um sacerdote para se
confessar, fale com Deus, ele é seu Pai. Diga-lhe a verdade: ‘Senhor, eu fiz
isso e aquilo. Perdoa-me’. Peça-lhe perdão de todo o coração, com o Ato de
Contrição e prometa-lhe: ‘Depois, eu vou me confessar, mas perdoa-me agora’. E
logo você retornará à graça de Deus [...]. Pensem nisso: este é o momento! E
este é o momento certo, o momento oportuno. Um Ato de Contrição bem feito e a
nossa alma se tornará branca como a neve” (Papa
Francisco, Homilia em Santa Marta do dia 20/03/2020).
Deixamos
aqui uma sugestão de como se pode vivenciar o Ato de Contrição: 1. Recolha-se em um lugar onde você
possa se encontrar sozinho com Deus; 2.
Peça as luzes do Espírito Santo para que abra o seu coração ao arrependimento; 3. Convém fazer um exame de consciência
à luz da Palavra de Deus; 4. Em
seguida, apresente seus pecados ao Senhor, pedindo-lhe o perdão; 5. Por fim, reze o ato de Contrição e
faça o propósito de, assim que possível, procurar um sacerdote e se confessar.
Segue
também uma sugestão de Ato de Contrição: “Meu
Deus, eu me arrependo, de todo o coração, de Vos ter ofendido, porque sois tão
bom e amável. Prometo, com a Vossa graça, esforçar-me para não mais pecar. Meu
Jesus, Misericórdia.”
Portanto,
lembre-se sempre “Deus nunca se cansa de nos perdoar”. A quaresma deste ano
está sendo dramaticamente dura, mas, por isso mesmo, perfeita. Vivamos com
abertura de coração este tempo de provação, como oportunidade para uma sincera
conversão e, assim, redescobriremos “a presença do Senhor de uma forma muito
mais poderosa e fiel” (Dom Pedro A. Tremolada).
Leonardo Sérgio Rosa Carvalho
Seminarista - Etapa de Síntese Vocacional
Paróquia São Silvestre - Viçosa/MG
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